A História da Aromaterapia

O uso das plantas está ligado à origem da vida e da religião. Na alimentação e no uso medicinal os povos primitivos descobriram seu uso, pela experimentação, pela tentativa de erro e acerto, e foram aprendendo desta forma empírica. Mas com certeza sabiam que da natureza tudo podiam obter, os alimentos, medicamentos e plantas usadas em seus rituais, os colocavam em contato com o “sagrado”.

As plantas eram usadas em rituais de preparo para as guerras e as caçadas. No século XVI, por exemplo os espanhóis, assustaram-se com os poderes mágicos atribuídos as plantas que os índios astecas mexicanos, normalmente os pajés, conheciam e utilizavam em seus rituais, inclusive de cura. Por medo do desconhecido, os espanhóis reprimiram estes costumes, o que levou estes povos escravizados a fazerem o uso escondido das plantas e de seus rituais, gerando o desaparecimento desta tradição.

  • Os aborígenes da Austrália, há muitos anos, já utilizavam a melaleuca de forma medicinal. Estes utilizavam em decocção, infusões ou em sua forma natural.
  • Na Índia, uma das regiões mais ricas do mundo em plantas aromáticas, há mais de 5.000 anos, tem-se o conhecimento de várias plantas aromáticas, entre elas, o manjericão, este considerado sagrado e oferecido a Vishnu.
  • No Egito, o uso das plantas aromáticas eram um privilégio sacerdotal, ou das “cosmetue”, que serviam às mulheres em seus rituais de estética e beleza, sendo a mais conhecida por seu uso a rainha Cleópatra.
  • Na China, o Imperador Amarelo utilizava madeiras aromáticas e copilou em livros, mais de 800 plantas, suas propriedades e uso.
  • Em mais ou menos, 1.000 d.C, os persas por intermédio de Ibn Sīnā (Avicena), um grande médico de sua era, aperfeiçoa a técnica de destilação à vapor, antes extremamente rudimentar, realizada pelos egípcios. Produziu o primeiro óleo essencial puro, de Rosa centifolia. Escreveu o mais célebre tratado de medicina chamado de “O Cânon da medicina“, onde faz referência a numerosos óleos essenciais.
  • Já neste século, na Grécia, um médico filósofo e estudioso chamado Teophraste, autor de o “Tratado dos Odores”, relata a importância terapêutica dos perfumes e observa os princípios fundamentais da ação dos óleos essenciais sobre os órgãos internos.
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Pedanius Dioscorides estudando as plantas

Há também Pedanius Dioscorides, que redige uma obra fitoterápica, contendo numerosas plantas aromáticas. É a partir de Dioscorides, com seu conhecimento, que os óleos essenciais passam a ser usados em larga escala.

  • Os árabes por sua vez, avançam em seus conhecimentos na química, e produzem principalmente em Damasco, numerosos perfumes.
  • Na Itália, por intermédio do Império Romano, que trouxe dos árabes o conhecimento dos perfumes e óleos aromáticos, estes passam a ser utilizados em larga escala, em banhos e massagens, e tem estudado as propriedades dos óleos essenciais e a tradição alquímica que integra a destilação das ervas aromáticas. Nesta época, traduz-se os livros escritos em árabe e hebraico para o latim, tendo então todo conhecimento dos médicos da antiguidade chegado à Europa.

No fim do século XVI e início do século XVII mais de cem óleos essenciais foram utilizados para tratar disfunções precisas, com base nos conhecimentos retirados dos antigos médicos e enriquecidos pelas descobertas dos médicos atuais.

  • Na Espanha, principalmente pela invasão dos Mouros, vários médicos utilizavam os antigos conhecimentos e os agregavam às técnicas mais modernas, com o uso de substâncias aromáticas, os óleos essenciais em fórmulas de ungüentos, pomadas e óleos aromáticos.

O nome “Aromaterii” dado aos herboristas e farmacêuticos nos séculos XV, XVI e XVII, dão uma ideia da importância das plantas aromáticas, seus óleos e extratos na medicina de época.

O Renascimento da Aromaterapia

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O conceito atual e moderno no que diz respeito a aromaterapia foi criado pelo químico francês René Maurice Gattefossé quando um acidente em seu laboratório, enquanto fazia pesquisas na área de aromas, tanto para perfumes quanto para alimentos, queimou gravemente suas mãos.
Este acidente em suas mãos levou-o instintivamente a mergulhá-las no líquido mais próximo, que por coincidência era óleo essencial de lavanda, e ao retirá-las do líquido, estas não ardiam, e imediatamente em seu pensamento científico viu que este líquido, o óleo essencial de lavanda possuía propriedades analgésicas: que seus ativos continham utilidades medicinais.

Sua pele regenerou-se rapidamente, sem tampouco infeccionar, mostrando que além de analgésico, o óleo essencial de lavanda, também continha propriedades citofiláticas e anti-sépticas.
Este incidente então deu inicio a suas pesquisas em 1920, e desde então até 1937, quando lançou seu livro “AromaTherapie“, definindo também o nome desta “nova” ciência.
Seguindo as pesquisas de Gattefossé, Jean Valnet, médico cirurgião do exército francês populariza o poder curativo dos óleos essenciais.

  • Na Grã-Bretanha Marguerite Maury cria uma corrente orientada para o uso na beleza, bem-estar e prolongamento da juventude (não de ingestão dos óleos essenciais, permitida somente aos médicos receitarem) chamada Prescrição Individual, onde esta contém os princípios de tratamentos holísticos, pois leva em conta a individualidade de cada ser humano.

E assim por muitos países a descoberta de grandes experiências a Aromaterapia foi sendo desvendada por grandes nomes: pesquisadores, médicos e cientistas.

 

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